Imaginemos que a partir de hoje uma civilização interestelar, de raça totalmente desconhecida, porém com características humanoides e visivelmente mais evoluída que nós, os humanos, chegou de forma avassaladora e sem anúncios prévios em nosso planeta, tripulando gigantescas naves em grande número e dispostos a manter um amplo intercâmbio de experiências e informações com a raça humana. A referida raça visitante ainda traz consigo imenso e detalhado catálogo galáctico de outros planetas e raças habitantes com informações específicas sobre costumes e perfis somáticos e psíquicos de cada um. Já de início é este catálogo o objeto que abre os trabalhos colaborativos de crescimento e conhecimento entre visitantes e humanos.
Considerando o cenário acima exposto, qual seria o papel da Extrasociologia? Considerando tal situação, onde uma nova realidade está a ser implantada com as suposições e investigações de outrora, suplantadas pela confirmação arrebatadora da grande diversidade de espécies que fervilha no cosmos e ainda com a integração total com uma destas raças trazendo uma ampla carga de informações que por si mudam diversos paradigmas e conceitos existenciais construídos em todos os milhares de anos de evolução da espécie humana.
Penso que o papel da Extrasociologia neste momento não seria o mais importante, e sim nesta situação o importante seria o resultado do que foi estudado, desenvolvido, colhido, tratado e preparado com antecipação, através da investigação e experimentação extrasocial, propondo uma autoanálise da consciência humana com o objetivo de criar preparação e base para evolução inevitável que é preciso implementar, antes de um contato revelador e revolucionário do porte descrito no exemplo acima. Em uma segunda etapa é a forma com que interpretamos comportamentos, ações e objetivos dos semelhantes que nos faz tomar decisões e rumos por onde seguiremos, da mesma maneira que o estudo extrasocial permite uma ampla discussão sobre os conceitos de certo e errado, bom e mau, definindo assim os futuros padrões que nossa espécie poderá vivenciar e compartilhar ou ainda para onde todo esse turbilhão de revelações poderá nos levar.
Tenhamos em mente que somos uma espécie jovem, que os conceitos que temos sobre vida é pautado dentro do que podemos enxergar com os limites dos olhos que temos e que talvez tudo que é sabido ainda deva ser revisado e reescrito. Talvez apenas assim compreenderemos que ser humano é um dos estágios básicos para entender uma complexa rede existencial que ultrapassa os limites do próprio *conhecimento humano.
(*) Entendendo que o "conhecimento humano", é tudo que pode ser conhecido e compreendido por uma consciência na realidade humana.